1 de outubro de 2010

Quadrados afegãos


Não fiz a pesquisa. Alguém sabe me dizer o que há de afegão nestes quadrados coloridos de crochê? Como diria o Rosa, o Afeganistão está em toda parte. E arre que eu estou literária. Culpa da chuva que cai lá fora e embaça a fotografia que eu queria luminosa. Não deu. Não dá. Não é quando a gente quer que as coisas acontecem. Elas têm andamento próprio. Andei perseguindo as palavras a semana inteira e elas fugiam de mim, escorregosas. Eis que agora, nesse dia cinzento e eu com os olhos inchados elas brotam de supetão. Tem explicação?
As mãos poderiam estar crochetando para terminar esta colcha incompleta, mas os dedos rebelados insistem em teclar as imagens cerebrais. Então, eu obedeço e calo toda pessoa que em mim é previsível para experimentar esta outra, mais solta e tagarela. O crochê introspectivo fica para depois: nada de coser para dentro hoje.

Um comentário:

Joana disse...

Adoro trabalhos com quadrados coloridos, para mim ainda quadrados, como antigamente. Não gosto de nomes estrangeiros.
Acho que dão um ar aconchegante ao ambiente, penso que o prazer em tecer fica incorporado ao trabalho.
Lindas toucas, é muito bom tecer peças para a próxima estação, dá uma sensação de continuidade á vida. Conheci o museu Quai Branly só de passagem, só o exterior porque ainda não consegui assimilar muito bem a categoria da arte exposta.Preciso de um certo amadurecimento, ainda sou muito renascentista, com uma pequena concessão aos catalãos pelo traço e pelas cores. Abraços