8 de maio de 2012
Janela com sutiãs
Nascida ano passado, minha janela permanecia envergonhada de si mesma. Careciam os sutiãs de regaço mais compreensivo de sua mensagem desenvolta e alegre.
Essa janela formava um par com o busto (do exercício têxtil nº 5) e com ele dialogava. Enquanto aquele dizia da pequenez de uma dor que se introjeta, essa pretendia impor-se como um desavergonhado gesto de liberdade. Algo como um piparote seguido de uma sonorosa gargalhada.
Algum tempo decorrido, eis que minha janela tem agora outro interlocutor com o qual conversar: a obra que apresentei na TENET tão talhada para o enfrentamento.
Tenho mais nada a dizer sobre as janelas.
Sei da dor que agulhas e facas podem causar.
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3 comentários:
Muito interessante esta janela, assim como a que apresentou na TENET, e que vi no blogue Peixesempeixes. Têm obviamente um significado, que começo apenas a entender... julgo eu.
Um beijo.
Viste então a exposição toda, Gi? Que bom! Não pela minha peça, mas havia ali coisa muito boa de pessoas queridas.
Tuas janelas são sempre um recomeço...
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