31 de agosto de 2012
San Miniato al Monte
É necessário bibliografia para compreender as belezas dessa Basílica. Contudo, do adro dessa igreja contemplar o pôr-do-sol sobre a cidade magnífica de Lorenzo exige apenas disposição de deixar os minutos correrem esquecidos do tempo aprisionado dos relógios.
26 de agosto de 2012
Dos materiais
A lã só se deixou modelar com muito trabalho.
A seda exigiu perícia e paciência.
O arame farpado requereu de mim somente a força bruta.
A ideia certamente não era minha. Liberta do cérebro primeiro que a pensou, ocupou-me por algumas horas e foi-se embora colher a habilidade de outras mãos.
Do ponto de vista gramatical, não sei se fui o sujeito ou o objeto da ação. Restou a coisa-objeto que chamei de Ninho.
11 de agosto de 2012
Capela com bolhas de sabão
Compósita de todas as maneiras, nada nesta capela é real. Não quis retratar realidade alguma, salvo a delicadeza das bolhas de sabão com as quais meu sobrinho ainda brinca no quintal. Acho que o bordado não se presta a retratar realidades de maneira convincente. Parece-me que as linhas brilhantes e coloridas alcançam apenas as notas sentimentais, dizendo mais do ânimo de quem borda do que qualquer outra coisa. Mostra-me o que bordas, que te direi quem és....
9 de agosto de 2012
Pampulha reloaded
Havia ainda muito espaço na página e minha mensagem não estava completa. Quando publiquei, apressada, a foto, fingi não perceber um certo desconforto de coisa não dita. É impossível mentir para si próprio. Então, mea culpa, eis minha capela repaginada.
4 de agosto de 2012
Catedral Metropolitana
Fecho os olhos e visualizo a caminhada noturna pela Avenida República do Chile. Sob o viaduto da Avenida República do Paraguai menos mendigos se encolhiam em seus andrajos. Não fosse o penetrante cheiro de urina, diria que o entorno estava quase limpo.
A chuva fina que caía tornava ainda mais sobrenatural a feérica iluminação da Catedral de São Sebastião. Inebriada de tanta luz, imaginei mil cruzes bruxuleando em derredor. Soava, incessante em minha memória: "...São Sebastião crivado nublai minha visão na noite da grande fogueira desvairada..."
Sim, o Rio de Janeiro continua lindo.
E menos pobre.
Amém.
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